quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tirando a Máscara...corajosa...


Esse texto da Martha, eu adoro! É de uma coragem maravilhosa, de uma exposição para poucas. Um desafio sempre, mas paro pra pensar que deviamos nos mostrar assim sim, como é bom no fim se desnudar, se mostrar, acho que ficaríamos mais honestos, mais felizes...não criar um personagem pra lidar com o outro!E deixar que o outro saiba sim, pq esconder? Pq fazer joguinhos? Pq não se mostrar? Se tiver que se machucar vai machucar de qq jeito! Se não falou vai ficar imaginando que podia ter falado e talvez fosse diferente e se falou, tenho certeza que vai se sentir melhor!
É tão bom estar apaixonada, gostar, amar! Muito bom! Vamos nos despir, nos despudorar, tirar a máscara!!!

"Strip-Tease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.

Martha Medeiros

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Para se Roubar um coração, é preciso que... de Luis Fernando Veríssimo

"Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você."

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Hum...

Lendo o que escrevi até hoje,
acho tudo tão ridículo!
Sempre a mesma tecla,
O mesmo assunto,
repetitiva eu, né?
E nada faço pra ser diferente?
Sou assim?
Não sei se estou gostando ou não!

Exposição, demonstração...e?


Por que deram pra me dizer que ando me expondo demais?
Que ando demonstrando coisas que nunca demonstrei? Que assim posso me machucar, posso dar sem receber, que as pessoas vão me conhecer e saber dos meus sentimentos e podem brincar com eles (???).
Isso é uma coisa que me incomoda. Passei minha vida toda (até hoje, ainda tenho muito da vida a viver!) fechadinha, fechadinha, demonstrações de sentimentos não exisitiam, lidar com os sentimentos nem pensar!!! Me chamavam de "cold", isso desde criança, adolescente e já adulta. Até acho que me acostumei e incorporei mas EU SENTIA sim. Era dificil sim principalmente o demonstrar, tomar iniciativa de um carinho, de um toque, em todos os tipos de relação. Sei que machuquei pessoas, magoei, sempre me afastei de sentimentos de entrega, de me mostrar, de demonstrar, nossa...como sofri com isso e quando eu era magoada? Ou sofria por algo ou alguem, doía muito mais porque tb não demonstrava e não podia mais demonstrar pq aí não seria mais EU! Engoli sapos, perdi, ganhei, me machuquei e chorei.
Com o tempo, amadurecimento(?) comecei a pensar melhor nessas observaçoes e aí fui ficando predisposta a me mostrar, a tomar iniciativa, a demonstrar minha predisposição.
E foi assim...feliz eu fiquei comigo!
Anos de treinamento...me apaixonei, demonstrei, falei, escrevi (falar? ih!! ainda estou em treinamento!). Deu certo? Não deu certo? Mas o que é dar certo? Vamos sempre nos adaptando mas, agora que estou Feliz comigo mesmo, com minhas reações, resolveram me dizer que estou me expondo demais, que estão sabendo mais do que deveriam sobre meus sentimentos, que é melhor não me expor, não demonstrar, esperar, ficar na minha que é melhor... E aí? O que é isso? O que faço? Coisa de maluco....Droga!

Seguidores